sexta-feira, 6 de julho de 2012

Analise do filme O capitalismo: uma historia de amor


Sobre o filme
Capitalismo: Uma História de Amor, é como o título indica, uma história de amor que começou de forma inocente, acabando na tragédia mais clássica: mentiras, abuso, traição, o que levou ao estado atual da economia principalmente nos E.U.A., e ao desinteresse pelo povo, entorpecido, manipulado, tornando as suas vidas dependentes e cada vez mais miseráveis por um sistema corrompido pela maior margem de lucro.
O polêmico documentarista norte-americano Michel Moore no  filme, investiga furiosamente contra o sistema financeiro, banqueiros, corretores e contra as práticas parasitárias dos especuladores que levaram os EUA a maior crise econômica desde o Crack de 1929. Para entender as origens do colapso da economia, o diretor conversa com pais de família afundados em hipotecas, questiona congressistas, persegue executivos das grandes corporações em Wall Street e, com seu estilo rocambolesco e o humor cáustico de sempre, até tenta dar voz de prisão aos diretores da empresa de seguros AIG, a primeira gigante a cair em 2008, lesando milhares de investidores.
Como de costume, Moore entra em cena realizando uma espécie de happening sociopolítico pelas ruas, a fim de constranger representantes bancários e autoridades. É hilária a sequência em que ele tenta entrar em instituições financeiras operando um carro-forte, a fim de exigir o dinheiro que especulações indevidas e a inflação tomaram da população. Mais engraçada é sua luta para demarcar com uma fita amarela - de uso da polícia, na qual se lê "Cena do crime. Não ultrapasse" - quarteirões com bancos e outras empresas responsáveis por legislar sobre a renda de uma América que, segundo ele, "dá vergonha".
Moore, no seu filme esquadrinha todas as contradições de uma filosofia baseada na caça ao lucro. Ele consegue focar bem as problemáticas que o sistema capitalista trouxe aos E.U.A., bem como as consequências para o resto do mundo, tendo em conta o grande poderio económico norte americano. Nas cenas e possível observar flagrantes quanto a postura do Estado americano no tratamento dos cidadãos que tiveram suas contas bancarias baleadas pela crise econômica, as expropriações de casas por parte de. bancos obrigados a executar hipoteca de moradores incapazes de de arcar com suas despesas residenciais. Entre os desapropriados está uma família que conta com o apoio de sua comunidade para não ser despejada pela policia.  Inteligentemente, Moore identifica todos os personagens desta história, dando o papel de vilão e o papel de herói às entidades que assim considera merecedoras do titulo, como forma de interagir com o espectador. Por essas razoes e tantas outras que Moore nunca se livrará do rótulo de manipulador, pretensioso, ou sensacionalista, é um fato.
Como indivíduos com vontade e pensamento próprio, simplesmente temos de analisar este filme de acordo com as nossas crenças pessoais, as nossas convicções, e a forma como os valores nos foram incutidos. Concordar ou não com o que Moore pretende com este filme, não pode ser considerado correto ou incorreto. Não podemos sequer aplicar valores morais ou éticos de qualquer espécie relativamente à nossa opinião do que é visto. O capitalismo para uma imensidão de pessoas continua a ser algo que funciona, assim como o socialismo, o comunismo, e muitos outros ‘ismos’. Cabe-nos a nós interpretar, e só aí, concluir as repercussões que algo tem na sociedade global. O que Moore nos mostra na sua viagem são os lucros de entidades corporativas em detrimento da pobreza e da humilhação do povo. Promessas são feitas, lavagens cerebrais através de campanhas politicas, e inclusivamente a subversão através de elementos tão inatos e pré-históricos como o medo.

Relação com a Geografia
Em 2008 ocorreu o colapso do sistema financeiro americano. Onde, a falha de regulação do estado que gerou um terreno fértil para que as operações do sistema financeiro se tornassem ainda mais complexa, dando carta branca para as grandes corporações, especialmente os bancos, que aumentaram sua fortuna.
Assim a presença do capitalismo financeiro é notado a partir do momento que corretores imobiliários vendiam as casas de pessoas comuns, que não tinham condições de pagá-las, pois estavam hipotecadas e com custos muito altos, sendo as mesmas expulsas, não tendo onde se instalarem. Estes corretores lucravam com a venda dessas casas e consequentemente com os sistemas bancários e financeiros são os que mais lucram e acumulam capitais dentro desses contexto econômico atual.
Portanto o filme permeia aspectos geográficos como: politico, social e principalmente econômico.

Relação com a Filosófia
O autor faz uma reflexão crítica sobre os conflitos existentes nos Estados Unidos ocasionados pela desigualdade sócio-econômica que permeia no sistema econômico vigente. Mostrando a realidade dessas pessoas comuns, que foram expulsas de sua próprias casas como bandidos e passaram a sentir na pele a crueldade do sistema capitalista, enquanto os bancos e empresas que quebraram receberam ajudas bilionárias do governo, as quais foram usadas na maioria dos casos para pagar polpudos bônus a seus executivos. Portanto o autor procura romper com a alienação que existe no sistema desmitificando e mostrando sua verdadeira essência.

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