Sobre
o filme
Capitalismo: Uma
História de Amor, é como o título indica, uma história de amor que
começou de forma inocente, acabando na tragédia mais clássica: mentiras, abuso,
traição, o que levou ao estado atual da economia principalmente nos E.U.A., e
ao desinteresse pelo povo, entorpecido, manipulado, tornando as suas vidas
dependentes e cada vez mais miseráveis por um sistema corrompido pela maior
margem de lucro.
O
polêmico documentarista norte-americano Michel Moore no filme, investiga furiosamente contra o
sistema financeiro, banqueiros, corretores e contra as práticas parasitárias
dos especuladores que levaram os EUA a maior crise econômica desde o Crack de
1929. Para entender as origens do colapso da economia, o diretor conversa
com pais de família afundados em hipotecas, questiona congressistas, persegue
executivos das grandes corporações em Wall Street e, com seu
estilo rocambolesco e o humor cáustico de sempre, até tenta dar voz de prisão
aos diretores da empresa de seguros AIG, a primeira gigante a cair em 2008,
lesando milhares de investidores.
Como
de costume, Moore entra em cena realizando uma espécie de happening
sociopolítico pelas ruas, a fim de constranger representantes bancários e
autoridades. É hilária a sequência em que ele tenta entrar em instituições
financeiras operando um carro-forte, a fim de exigir o dinheiro que
especulações indevidas e a inflação tomaram da população. Mais engraçada
é sua luta para demarcar com uma fita amarela - de uso da polícia, na qual se
lê "Cena do crime. Não ultrapasse" - quarteirões com bancos e outras
empresas responsáveis por legislar sobre a renda de uma América que, segundo
ele, "dá vergonha".
Moore,
no seu filme esquadrinha todas as contradições de uma filosofia baseada na caça
ao lucro. Ele consegue focar bem as problemáticas que o sistema capitalista
trouxe aos E.U.A., bem como as consequências para o resto do mundo, tendo em
conta o grande poderio económico norte americano. Nas cenas e possível observar
flagrantes quanto a postura do Estado americano no tratamento dos cidadãos que
tiveram suas contas bancarias baleadas pela crise econômica, as expropriações
de casas por parte de. bancos obrigados a executar hipoteca de moradores
incapazes de de arcar com suas despesas residenciais. Entre os desapropriados
está uma família que conta com o apoio de sua comunidade para não ser despejada
pela policia. Inteligentemente, Moore
identifica todos os personagens desta história, dando o papel de vilão e o
papel de herói às entidades que assim considera merecedoras do titulo, como
forma de interagir com o espectador. Por essas razoes e tantas outras que Moore nunca se livrará do rótulo de manipulador, pretensioso, ou
sensacionalista, é um fato.
Como indivíduos com vontade e pensamento próprio, simplesmente temos de
analisar este filme de acordo com as nossas crenças pessoais, as nossas
convicções, e a forma como os valores nos foram incutidos. Concordar ou não com
o que Moore pretende com este filme, não pode ser considerado correto ou
incorreto. Não podemos sequer aplicar valores morais ou éticos de qualquer
espécie relativamente à nossa opinião do que é visto. O capitalismo para uma
imensidão de pessoas continua a ser algo que funciona, assim como o socialismo,
o comunismo, e muitos outros ‘ismos’. Cabe-nos a nós interpretar, e só aí,
concluir as repercussões que algo tem na sociedade global. O que Moore nos
mostra na sua viagem são os lucros de entidades corporativas em detrimento da
pobreza e da humilhação do povo. Promessas são feitas, lavagens cerebrais
através de campanhas politicas, e inclusivamente a subversão através de
elementos tão inatos e pré-históricos como o medo.
Relação com a Geografia
Em
2008 ocorreu o colapso do sistema financeiro americano. Onde, a falha de
regulação do estado que gerou um terreno fértil para que as operações do
sistema financeiro se tornassem ainda mais complexa, dando carta branca para as
grandes corporações, especialmente os bancos, que aumentaram sua fortuna.
Assim
a presença do capitalismo financeiro é notado a partir do momento que
corretores imobiliários vendiam as casas de pessoas comuns, que não tinham
condições de pagá-las, pois estavam hipotecadas e com custos muito altos, sendo
as mesmas expulsas, não tendo onde se instalarem. Estes corretores lucravam com
a venda dessas casas e consequentemente com os sistemas bancários e financeiros
são os que mais lucram e acumulam capitais dentro desses contexto econômico
atual.
Portanto
o filme permeia aspectos geográficos como: politico, social e principalmente
econômico.
Relação com a Filosófia
O
autor faz uma reflexão crítica sobre os conflitos existentes nos Estados Unidos
ocasionados pela desigualdade sócio-econômica que permeia no sistema econômico
vigente. Mostrando a realidade dessas pessoas comuns, que foram expulsas de sua
próprias casas como bandidos e passaram a sentir na pele a crueldade do sistema
capitalista, enquanto os bancos e empresas que quebraram receberam ajudas
bilionárias do governo, as quais foram usadas na maioria dos casos para pagar
polpudos bônus a seus executivos. Portanto o autor procura romper com a
alienação que existe no sistema desmitificando e mostrando sua verdadeira
essência.
Bom texto. Vlw. ^^
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